quarta-feira, 6 de novembro de 2019

O TODO HOMOGÊNEO

Joran, Bela e Nicolas

Renivaldo Rufino

Hoje é dia de celebração e de imensa alegria. Hoje é dia de banquete comemorativo em nome do amor. Mas o que é o amor? Será um mero conceito vazio de significado? De fato, o amor como conceito não subsistiria se não fosse personificado como ocorre na expressiva relação Isabela/Joran, Joran/Isabela. O amor só existe porque existem pessoas que se amam.
A pergunta acima – o que é o amor? – foi feita há mais de 2.417 anos, também em um banquete, onde os convivas celebravam o amor através de quitutes e discursos, belos discursos. A certa altura do simpósio um dos presentes diz que “Amar é gerar na Beleza, ou segundo o corpo, ou segundo o espírito”. Diz ainda que “a beleza é a parteira da geração. Por esse motivo, sempre que o poder fecundante se aproxima do que é belo, fica jovial e expansivo no seu regozijo, e concebe e procria”. Para fechar ainda mais o seu discurso, complementa: “Existe uma teoria segundo a qual amar é procurar a outra metade de si mesmo. Porém, o que minha teoria afirma é que amar não será a procura da metade nem do todo, se essa metade e esse todo não forem bons”.
Segundo a narrativa mítica grega, a natureza originária do ser humano formava um todo homogêneo, que foi cindido ao meio e resultou, a partir de então, na busca incessante e desesperada por aquilo que um dia foi esse todo homogêneo. Segundo o autor do discurso, portanto, só existe uma resposta possível à pergunta acima – o que é o amor? –: o amor é a busca do todo homogêneo. A realização plena do amor somente é possível no encontro definitivo com esse todo homogêneo. De fato, se somos seres cindidos, divididos, buscamos sempre a cura dessa cisão. Cura que só ocorrerá através do amor, da beleza e do bem.
Se amar é gerar na beleza e se a beleza é a parteira da geração, resulta daí que é por meio da procriação que os mortais participam da eternidade e da imortalidade, pois o desejo da imortalidade está necessariamente ligado ao bem, visto dirigir-se o Amor para a posse perpétua do bem. A conclusão forçosa desse argumento é que o amor é também o anseio de imortalidade e, portanto, de felicidade. Essa mesma felicidade que pelo Amor circunda e perpassa as vidas de Joran e Isabela.
Chegou agora o momento da solenidade da bênção. Lanço minha tríplice bênção sobre Isabela e Joran, com a imposição de minha mão e das mãos de todos os presentes a esta cerimônia:
* a bênção da unidade na multiplicidade, com respeito, liberdade, ação e paz;
* a bênção da fecundidade no amor, com compreensão, reciprocidade, renovado encantamento e cumplicidade;
* a bênção da longevidade, para que juntos como um todo homogêneo vocês se alegrem com as gerações que procederão dessa criativa e permanente união. 

12 comentários:

  1. O que dizer-lhe matutinho de Caroalina ou gandh,orgulho,felicidade,respeitoparabéns pelos créditos que te eleveram a caminhar de cabeça erguida sempre levando consigo o amor,auto estima,honestidade pelas sua genética querida e aplausiva sempre.Agradeço por lembrar da minha pessoa em compartilhar seus sentimentos geniais perfeitos sobre o amor .

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    1. Obrigado pelo seu comentário, caríssima Raquel Melo.

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  2. O AMOR É LINDO PARA SER VIVIDO A DOIS ...Bonito comentário

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    1. Fico agradecido pelo suas considerações em torno do texto.

      DICA PARA AS DEMAIS PESSOAS QUE COMENTAREM
      Pena que saiu sem identificação, pois você necessitaria de um e-mail do Gmail para personalizar seu comentário.
      Após você comentar e pedir para publicar, o sistema leva imediatamente ao e-mail, e quando este é aberto a publicação é feita com tempestividade e devidamente personalizada.

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  3. Para, a melhor definição do amor está em João 3:16.

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    1. Obrigado pelo seu comentário!

      Pena que também saiu sem identificação!
      Este texto trata de definição filosófica e sem juízo de valor.

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  4. Obrigado, Neuma, pelo elogio e lindo comentário no seu Whatsapp:

    Que homenagem linda!
    Também...vindo de um sábio como você, não poderia ser diferente. Parabéns!

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  5. ELIZETE EPIFÂNIO COSTA DA SILVA, minha querida amiga DETE, obrigado pelas lindas palavras com referência a essa minha publicação!

    [21:46, 30/09/2020]: Menino, que emoção! Eu já sou chorona! Se eu estivesse lá eu teria me acabado de chorar! Fiquei arrepiada em cada trecho do texto, sobretudo no final e na tríplice bênção! Se eu fosse me casar de novo com Carlinhos, eu queria uma bênção dessas! Tudo aí foi junto com o conhecimento, em termos da confecção do texto.

    AGORA SÃO 11h40

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  6. Renivaldo, essa foi a mais Bela Bênção para o amor, que já li!
    Que esse amor seja eterno e transcenda a eternidade até o reencontro de ambos no Paraíso!
    Que assim seja, amém ��
    Parabéns, por tão profundo e histórico texto que, com certeza, iluminará mentes, corações, vidas...
    María Wilma Freire GALIZA, Recife,15 do Mês dez , do Ano 2020, Século XXI

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  7. MARIA WILMA FREIRE GALIZA

    Meu muitíssimo obrigado, querida amiga, pelo seu lindo comentário. Peço desculpas pela demora em responder, pois geralmente só retorno a esses textos de tempos em tempos. Agradeço, ainda, pela bela criatividade da referência à "Bela Bênção para o amor" que você já viu e que, não tenho dúvida, faz referência a minha Bela e mui amada nora Isabela Lins.

    ALGORITMO DEFASADO EM PELO MENOS 5 HORAS:
    Agora são 14h44

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  8. Belíssimo!! Parabéns!!
    Podemos sentir em suas palavras que o amor também brotou em você e, com certeza, se perpetuará por muitas gerações.
    Temos em nós o dom da imortalidade.
    Um forte abraço.

    João Campos - Joca (seu aluno e amigo de longas datas)

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  9. JOÃO CAMPOS BARRETO, OU SIMPLESMENTE JOCA.

    Ao meu querido companheiro do Banco do Nordeste durante tantos anos, de quem tinha perdido o contato há outro punhado de anos, os meus mais sinceros agradecimentos pelo seu comentário e pelo toque filosófico aristotélico de suas palavras: "Temos em nós o dom da imortalidade". É grande minha alegria em tê-lo de volta, mesmo que ainda parcialmente por conta da pandemia, e também contar com sua participação nessas minhas publicações. É preciso dizer que este texto do todo homogêneo foi resultado de uma fala que dei no casamento do meu filho Joran e de minha nora Bela, após mais de duas décadas distante do discurso público. A consequência disso é que quase não consigo falar por conta das emoções que me tomaram de maneira muito forte. Tive outras experiências do tipo, o que terminou gerando mais um texto, que repassarei a você através do Whatsapp: "EMOÇÕES À FLOR DA PELE". Obrigado, querido amigo JOCA, pela sua amizade e pela beleza de suas palavras.

    ALGORITMO DEFASADO
    Agora já são 21h35

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