domingo, 4 de outubro de 2020

GINA, MUSA DE PRÍNCIPES, PLEBEUS E POBRES DIABOS

 

Diante da beleza simétrica e clássica de Gina, o ator Humphrey Bogart disse: “Marilyn Monroe diante dela é uma Shirley Temple” (famosa atriz mirim). Cinelândia de 1971 traz essa foto, a segunda da provocação a meu irmão, e também a reportagem com o título: A elegância de Gina e a nudez de Godiva.

GINA [i], MUSA DE PRÍNCIPES, PLEBEUS E POBRES DIABOS

enivaldo ufino

Provocado pelo meu querido irmão Regi [ii], que foi provocado por três fotos da musa Gina Lollobrigida (04/07/1927), e ouvindo, com fones de ouvido, a belíssima e emocionante música Silêncio, com Flávia Wenceslau, ouso falar sobre o que não posso e nem devo falar, sobre o que seria melhor calar, pois por ser inefável é também inalcançável com explicações e palavras vazias de sentido. Com lágrimas nos olhos, diante das imagens da musa aqui diante de mim e do som também inefável, resolvo ousar, teimar e escrever alguma coisa, mesmo que inútil, pois sei que assim faria também Agostinho de Hipona (354-430), filósofo queridíssimo e sobre cujos textos me debruço há cerca de vinte e três anos, tentando entender um pouco pelo menos da superfície do seu pensamento.

Como falar de Gina? Como falar do que ocorreu na minha vida interior e exterior quando tinha apenas 12 anos de idade? Eu era apenas um menino. Mas foi tão forte que até hoje mexe muito comigo. Mexe e me faz muito feliz. Mexe e me diz que eu continuo aquele mesmo menino. Mexe e me convence de que aquele menino amante de cinema não morreu, pois para onde teria ido, como sugere Agostinho nas Confissões? E nesse ponto as lágrimas teimam em banhar o meu rosto. Eu era apenas um menino e deveria guardar todas essas coisas do espírito em completo silêncio dentro de mim e só para mim. Mas não pude guardar, pois era muito forte. Aliás, continua sendo muito forte. E foi justamente meu queridíssimo irmão quem teve acesso a essas coisas interiores que se esparramavam no meu exterior, assim como estão tendo todas e todos que tiverem acesso a essa confissão do meu coração. Mesmo distante, Regi sempre esteve muito perto e, assim como Gina, continua perto até hoje. E gosta de fazer essas coisas comigo, de me provocar, de me empurrar para mergulhar mais fundo, de me levar a ficar assim como estou agora. E eu até que gosto, pois só ele sabe fazer isso, só ele sabe mexer comigo dessa maneira, só ele sabe cutucar meu coração, estimular meus olhos a verterem lágrimas como agora.

Regi é tão especialista na arte de mexer comigo, que disparou essa atrocidade: "O que farias se apagasse Gina da tua lembrança? Estou apenas mexendo contigo, pois essa seria a última brincadeira de mau gosto que tiraria com alguém que sempre representou o meu bom gosto!" Puxa vida, quanta santa crueldade em nome do amor. Apagar Gina da minha lembrança? Seria como apagar as minhas lembranças mais caras, mais sublimes, mais queridas, mais constantes, mais presentes, mais passadas, mais futuras e mais eternas. Seria um desmoronamento completo, total. E um desmoronamento do meu interior e exterior. Por isso mesmo não posso silenciar. Por isso mesmo insisto em teimar e falar. E nem preciso ouvir o céu e a imensidão, como Flávia continua cantando, mas apenas ouvir o meu coração, meu interior, até mesmo o sentimento oculto lá no íntimo do íntimo, só para lembrar Agostinho mais uma vez.

Gina é uma deusa para mim, como Regi chega a sugerir? "Como qualificar uma lembrança dessas? Imagino que na entrada da imagem dela na tua percepção ocorreu não apenas uma aprovação imediata, como em especial aquele algo mais como um Endeusamento". É, até que poderia ser, mas não é. É mais que isso, pois eu não posso explicar, simplesmente não sei explicar, só sei sentir. Quando tento traduzir em palavras finitas aquilo que me é infinito, a minha tentativa frustrada só me leva aos 12 anos. Retorno para lá e trago tudo aquilo para cá, para o aqui e o agora. Ao mesmo tempo, permaneço lá experimentando aquelas mesmas delícias paradisíacas do menino que eu fui e não sou mais. O menino teimoso que me surpreende dizendo que não desapareceu, não foi embora, não me abandonou à própria sorte. O menino que ainda me dá alegrias infindas, maravilhosas, inesquecíveis e duradouras.

Gina não é uma deusa para mim, nem que a palavra fosse escrita com letras maiúsculas, assim, Deusa, não, não é. Eu nunca a adorei. Eu nunca lhe fiz preces e nem me prostrei à imagem de seus lindos pés. Eu nunca lhe dei em abundância para que ela me ficasse devedora, só para lembrar Agostinho mais uma vez quando fala da relação mercantilista entre o homem e Deus. Definitivamente, ela não é uma deusa para mim. Pode ser apenas uma musa, uma inspiração, uma respiração profunda, serena, tranquila, um agradável raio de luz do Sol, uma doce lembrança, um tesouro que trago comigo há justos 62 anos, um sopro de vida a impulsionar minha vida. Feito uma flor que resistiu, assim sou eu, conforme diz Flávia em seu Silêncio nada silencioso e tão maravilhoso aos meus ouvidos e coração.

Seria possível arrancar uma coisa dessas do interior e exterior de alguém? É impossível. Seria possível explicar uma coisa dessas com o recurso de palavras sem recursos linguísticos suficientes? Seria também impossível. Mesmo assim, tudo é possível, só para lembrar os paradoxos agostinianos, pois, conforme diz Regi com suas palavras de sabedoria, as coisas que não têm explicações, e que estão situadas além do belo, são "criadas apenas pra serem sentidas, jamais explicadas!" Disse tudo. Está além, muito além, e também está aquém, muito aquém. Gina é tudo isso e muito, muito mais. Contemplar sua beleza etérea nessas três imagens é extremamente emocionante para mim, mas também gratificante, pois me transporta a três momentos específicos de minha trajetória desde aquela meninice. São os três momentos dos próprios registros fotográficos, mas também outro momento tremendamente dramático, quando me desfiz de tudo que colecionara sobre ela, e até mesmo da maior parte dos desenhos que traçara desde a minha adolescência. O menino, agora, estava com apenas 22 anos. Na sua vida interior e exterior, a musa parecia digladiar-se com um Deus muito poderoso. Claro que, no primeiro momento, o poderoso Deus sairia vencedor. Ele era um Deus e ela era apenas uma musa, uma inspiração, uma gostosa e suave lembrança que acalentava o coração do menino, do jovem, do adulto e do futuro senex ‒ pessoa de idade avançada ‒, lembrando Agostinho mais uma vez.

Mas como as coisas do coração são muito fortes, do coração que precisa repousar como diz Flávia na música, a musa reapareceu muito tempo depois, uma vez que, assim como o menino que não morrera, ela também prevalecera durante todo o tempo que parecera não prevalecer. Ela continuava lá, silenciosa, bela, terna, sempre presente, agradável, deliciosa aos olhos e à mente, imortal, uma verdadeira Vênus Eterna, como escreveu certo articulista. Se Flávia fala sobre encontrar todas as folhas que eu juntei, eu falo sobre tudo que comecei a encontrar e juntar desde que reencontrei a musa. E essa segunda fase foi ainda mais emocionante e mais rica que as anteriores.

Lembro-me que às margens do rio Sena, em Paris, em 1990, eu a encontrei ao vivo e a cores em uma revista conservadíssima de 1959, no papel da perturbadora Rainha de Sabá ‒ só pronunciar esse nome chega a me causar arrepios! ‒, quando a linda soberana forçou o grande Rei Salomão a se dobrar diante de seus encantos de mulher pagã. Eu também a encontrei, espiritualmente, na Catedral de Notre-Dame, onde ela fez o filme que me conquistou aos 12 anos de idade, O corcunda de Notre-Dame (Notre-Dame de Paris). E eu fotografei a catedral como se estivesse fotografando a bela Esmeralda. Só dos umbrais das portas que dão acesso à nave principal eu tirei trinta e nove fotos. É certo que perdi tudo em Seul, para onde me dirigia com os demais quarenta e um componentes do Coral Sinfônico do Seminário Batista de Recife. Mas valeu a pena. Ah, como valeu!

A surpresa maior o menino só teria quando chegasse a São Paulo para fazer a tentativa de concorrer a uma vaga ao doutorado em filosofia na USP. E onde ficou hospedado como se fora um príncipe? Providencialmente, na casa do seu inseparável e provocador irmão. Estada de 1955 dias corridos digna da própria Gina Lollobrigida. Nas suas idas e vindas pela terra da garoa, encontrou uma banca de revistas antigas na República, onde resgatou uma infinidade de Cinelândia, Filmelândia, O Cruzeiro, Manchete, enfim. Tudo isso o deixou ainda mais feliz e realizado. A surpresa maior ainda estava por vir. Certo dia, encontrou uma Filmelândia e, ao abrir a revista, viu a foto de Gina estampada no verso da capa. Bastou isso para comprar a revista, pois era o suficiente. Quando foi folhear a Filmelândia à noite, ao chegar a casa, ficou estupefato diante do que viu: seu próprio nome estava lá, na seção Correio dos Fans, como Renivaldo Freire, e quando contava apenas 15 anos de idade e morava em Arcoverde. Ricardo, dono da banca, ficou impressionado e disse que era caso para publicação. E aquela foi mais uma revista resgatada, depois de tanto tempo de silêncio e distanciamento forçado por uma circunstância.

E o que mais dizer? São tantas coisas para dizer do que não posso dizer, falar nem escrever, que finalmente é melhor calar. É preciso fazer silêncio, como sugere Flávia Wenceslau nesse exato momento, silenciar para contemplar a beleza de uma musa que não apenas representou "A mais bela mulher do mundo" em 1956, como foi eleita nos anos 1960 como a mais bela do mundo, diante de belezas estonteantes como as de Elizabeth Taylor, Brigitte Bardot, Sophia Loren, Claudia Cardinale e tantas outras. É preciso silenciar diante da confissão de um menino que hoje vive a plenitude de uma alegre e feliz senectude. Silêncio, pois é hora de repouso, já é madrugada, hora de ouvir o coração, hora de me deleitar diante de tantas e tantas belezas que circundam minha vida. É hora de usufruir o prazer da inspiração de uma musa que alegrou e mexeu com o coração de príncipes, plebeus e pobres diabos ao redor do mundo, e até mesmo com um matutinho, um matutinho de Caroalina, aquele pequeno vilarejo pertencente à cidade de Sertânia, em Pernambuco. Silêncio, pois agora eu quero ouvir o que me diz a imensidão dos tesouros depositados nos palácios da minha memória, e dormir sossegado, tendo o pensamento voltado para minha musa, meu filósofo e para tudo que me proporciona vida, alegria e realização. Minha musa como representante de todas as coisas que me causam prazer e alegria nos dias atuais, e meu filósofo como representante do profundo desejo de um mero amigo da sabedoria que continua um eterno menino aprendiz, apenas aprendiz e nada mais. Silêncio!


NOTAS
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[i] Meu irmão me fez a provocação às 21h45 do dia 14.09.2020, nos seguintes termos: Gina ‒ Não tem como esquecer, por mais ou menos que se apresente o detalhe. Apenas você viu, de todos que conheci, e eu, que de tanto ser lembrado, terminei ficando acordado para não perder as próximas novidades. Gostaria de pedir os teus olhos emprestados por um instante, só para captar os lances reservados por ti. Esses lances tinham que abranger externo e interno (da própria Gina). Isso não é querer demais? O que farias se apagasse Gina da tua lembrança? Estou apenas mexendo contigo, pois essa seria a última brincadeira de mau gosto que tiraria com alguém que sempre representou o meu bom gosto! Como qualificar uma lembrança dessas? Imagino que na entrada da imagem dela na tua percepção, ocorreu não apenas uma aprovação imediata, como em especial aquele algo mais como um Endeusamento! Diria sem segundas intenções: são coisas sem explicação, situadas além do belo, criadas apenas pra serem sentidas, jamais explicadas! Apenas tentei dividir o melhor de ti, para testar até onde vai o prazer das nossas caminhadas!

[ii] Texto original produzido a partir da provocação que me foi feita pelo meu irmão Reginaldo Freire. Escrevi o conteúdo sob forte emoção, a partir das 22h35 do dia 14, aos 54 minutos do dia 15.09.2020. Para a publicação, fiz mais algumas revisões e pequenos acréscimos, e incluí mais algumas fotos da atriz.   

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GALERIA DE FOTOS

Gina é aquele tipo de beleza clássica, verdadeiro colírio para os olhos e o espírito. Essa foi a primeira foto que postei no Whatsapp para provocar meu irmão.

Gina em todo o esplendor de sua beleza, já nos tempos de juventude do matutinho de Caroalina. Essa foi a terceira foto que postei no Whatsapp para provocar meu irmão.

Gina na foto do verso da capa da Filmelândia adquirida na banca da República, em São Paulo.
Filmelândia, junho 1961: página do Clube dos Fans e detalhe com o nome do admirador da musa.
A beleza selvagem da cigana Esmeralda conquistou não apenas Phoebus, capitão da guarda do Rei da França, mas também o menino de 12 anos, em Arcoverde, e muitos outros meninos ao redor do mundo.
Esmeralda só podia mesmo assanhar muitos corações, inclusive o do menino que se tornou seu  admirador somente ao contemplar as fotos que foram exibidas na sala de entrada do suntuoso Cinema Bandeirante, em Arcoverde.
Esmeralda está bem guardada sob os cuidados de Quasímodo, o sineiro de Notre-Dame.

O primeiro sinal de que a divindade poderosa tinha vencido a batalha contra a musa: o menino, agora rapaz, rasga e joga no lixo uma pose igual a essa, porém em tamanho menor  (no original) e em preto-e-branco.

A escultura viva e seu bamboleante andar, diante de outras esculturas.

Le Bambole, “As bonecas”, o filme que lhe valeu um processo da justiça italiana.

Belíssima, em momento de intervalo de Come september ("Quando setembro vier").

Bersagliera, a pobre, bela e sábia camponesa do premiadíssimo “Pão, amor e fantasia”.

A belíssima musa foi capa de revistas ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
Gina como aparece em Go Naked in The World (“Nua no mundo”), filme que ainda foi cogitado a concorrer ao Oscar e no qual faz o papel de uma prostituta de luxo que se envolve com o pai e o filho.

Gina magnífica e elegantíssima na estreia de “Salomão e a Rainha de Sabá”.

A esplendorosa Rainha de Sabá conquistou o coração do grande Rei Salomão, que não apenas se entregou a seu fascínio pagão, mas também lhe gerou um filho.

Gina de beleza singular, justamente na época que despertou o comentário de Bogart.
Loiríssima em “A beleza de Hipólita”, filme que marcou sua volta à Itália depois de longo período em Hollywood.

Esmeralda dança leve feito uma pluma no átrio da Catedral de Notre-Dame, ao lado de sua cabrinha mágica Djali e da multidão, enquanto três homens ficam de corações abrasados diante de sua estonteante beleza: o pároco da igreja, monsenhor Claude Frollo, o capitão Phoebus, da guarda real, e Quasímodo, o corcunda e sineiro criado pelo próprio Frollo.


Gina em plena senectude dirigindo sua Ferrari vermelha.


O encontro Gina/Marilyn quase provoca um terremoto em Nova Iorque. O suave sopro da beleza das duas musas ainda chegou a alvoroçar a saia plissada da americana, em famosa foto que correu o mundo inteiro e que também inspirou os traços de desenho do admirador da italiana.


O menino, já rapaz, ficou tão encantado com essa pose, que fez até uma crônica na época.

Gina, grande vencedora do Globo de Ouro 1961 como atriz favorita do mundo.

A beleza da Gina Nazionale dos italianos sempre foi celebrada no mundo todo. E o menino, já rapaz, ousou desenhar essa pose da musa.

Gina inspirou o desenhista e “pintor” que jamais foi pintor, mas isso só em 1964.

Gina também contracenou ao lado do célebre ator francês Alain Delon.

Gina em Moscou foi surpreendida como nunca fora em toda sua vida.
Foi um escândalo encontrar-se com Liz Taylor em Moscou usando o mesmo vestido.

Gina não perde a pose e a elegância, nem mesmo aos 87 anos.

Na fase madura, conquista fama e reconhecimento internacional como escultora, inclusive de peças imensas que foram expostas em diversas partes do mundo.

Gina belíssima na comédia americana Come september (“Quando setembro vier”).

A mais bela flor do Lácio ou, simplesmente, de sua cidade Subiaco.

Gina jovem e de beleza impressionante em um de seus primeiros filmes.

Com corpo escultural e medidas perfeitas de 1,66 m, 90 cm de busto e quadris, e 54 cm de cintura, faz pose de bailarina e exibe belíssimas pernas.

Aos 93 anos, na data da publicação deste artigo, Gina é a única sobrevivente dos nomes principais de “Quando setembro vier”: Bobby Darin, Sandra Dee e Rock Hudson.

Em intervalo de filmagem de "Quando setembros vier", com o único filho, nascido em 1957, Andrea Milko Skofic Júnior. 

Gina, aos 33 anos, no esplendor de sua beleza mediterrânea.

A musa nos seus primeiros tempos, em postal que o matutinho de Caroalina chegou a adquirir em sua adolescência lá em Arcoverde.

Gina chegou até a ser capa de revistas na terra do poderoso Deus dos hebreus, exibindo um belíssimo par de pernas.

No papel de Lisa Fellini, a belíssima noiva de “Quando setembro vier”.

Com essa provocante dança ao Deus Dagon, a Rainha de Sabá conquista Salomão definitivamente, o que despertou a ira do ciumento Deus Yaweh dos hebreus.

Gina revelou talento cômico na deliciosa comédia "Quando setembro vier".

Atuar com Rock Hudson em dois filmes foi um grande trunfo na carreira de Gina: “Quando setembro vier”, foto acima, e “Amor à italiana” (Strange Bedfellows).

Gina em 1967, aos 39 anos, abafou no Carnaval do Rio de Janeiro com esse decote em V pra lá de generoso para a época. O menino, já rapaz, gostaria tanto de ter estado lá, mas suas posses financeiras não permitiam!


E, para finalizar essa amostra parcial, a musa como aparece na premiadíssima película "Vênus Imperial", onde faz o papel de Paoline Borghèse, irmã de Napoleão Bonaparte. E, em seguida, mais uma tentativa do admirador de retratar sua musa. Esse foi um dos desenhos salvos da catástrofe que levou o autor a se desfazer de quase tudo do seu acervo pessoal sobre ela, tão logo aderiu à Primeira Igreja Batista de Campina Grande, em outubro de 1968, aos 22 anos de idade.