domingo, 1 de agosto de 2021

A JUBAÍBA E O PRESIDENTE DE TRANSIÇÃO

 

Foto 1: 1975, Lagoa Seca, PB. Esta é uma das fotos do álbum histórico. Abraão foi eleito presidente da Juventude Batista da Paraíba para o período de um ano.  


A JUBAÍBA E O PRESIDENTE DE TRANSIÇÃO

enivaldo ufino

Se a narrativa histórica do povo hebreu começa com Abraão, esta narrativa sobre a Juventude Batista da Paraíba se encerra com Abraão Barbosa da Silva, que se tornou presidente em um momento de transição. Encerra-se com ele pelo fato de que estes escritos vão até aos primeiros cinco anos, ou seja, de 1972 a 1976. E uma vez que a diretoria era eleita para um biênio, esse período contempla as três primeiras diretorias, sendo que a terceira apenas parcialmente e por conta do quarto acampamento. A partir daí já é outra história, a ser escrita por quem participou de tais momentos.

Conforme já vimos, o surgimento da Jubaíba causou verdadeira reviravolta na vida da juventude estadual. A nova realidade mexeu com todo mundo, da capital ao sertão. As pessoas mais envolvidas eram justamente da diretoria, incluindo o presidente. A tarefa a realizar era gigantesca, a responsabilidade imensa e a demanda muito grande. Além dos inúmeros afazeres no desempenho com a liderança, havia as ocupações com a igreja, com a denominação e com a vida secular. O tempo devia ser bem cronometrado para que desse tempo para tanta coisa. O nosso presidente de transição esteve sempre envolvido nessas três áreas: igreja, juventude e trabalho. E cuidava de tudo com a maior dedicação e esmero. E ele mesmo diz: “...sempre estive muito envolvido com a igreja e também com a Jubaíba”.

Abraão era aquela pessoa amiga, tranquila, cordata e com livre trânsito entre a turma jovem. A conjuntura era complexa, com a ida ao seminário de quatro da diretoria: presidente, vice-presidente, 1º secretário e diretor de evangelismo. Três para o Seminário de Recife e um para o Seminário do Rio. O desfalque seria de um terço da diretoria, composta de doze elementos. Além disso, aquela diretoria estava apenas na metade do seu mandato. A escolha foi difícil para os envolvidos, que jamais desistiram de um projeto em andamento. Entretanto, aquela seria a única solução possível, e assim foi feito.

A escolha dos nomes que substituiriam os quatro que iriam ao seminário foi feita no primeiro dia do 3º acampamento da Jubaíba. Abraão Barbosa da Silva e Luiz Carlos Farias foram eleitos para a presidência e vice-presidência. No final de 1975 já seria eleita a diretoria para o biênio 1976/1977. Todo mundo compreendeu o momento de impasse e colaborou para que presidente e vice, primeiro secretário e tesoureiro, os quatro que iriam ao seminário, fossem substituídos a contento. Abraão ocupara, nas duas primeiras diretorias, os cargos de Diretor de Esportes e Tesoureiro. Sendo assim, foi eleito presidente antes de terminar o mandato como tesoureiro. É dito sobre ele na revista Mocidade Batista, JUERP, Rio de Janeiro, 1º trimestre de 1976, p. 8: “É um jovem totalmente integrado no trabalho estadual, sendo funcionário da Junta Executiva Paraibana há algum tempo e membro ativo da Primeira Igreja Batista de Campina Grande”. Ele ocupou, então, três cargos nas duas diretorias. Sua capacidade de liderança foi comprovada mais uma vez, até mesmo por conta da experiência que já vinha sendo acumulada há algum tempo.

A Jubaíba foi uma espécie de cadinho, tanto no seu preparo para os desafios futuros, como também no preparo daqueles quatro que largaram tudo e saíram em busca de um novo sonho. Nesse sentido, a liderança na juventude estadual foi bem posterior ao preparo diuturno nas lides da igreja local, sempre pronta a receber novos talentos que despontavam no meio da turma jovem. E um desses talentos, e dos mais promissores, foi justamente Abraão. Critérios de organização, esmero e preocupação constante com a juventude, e exercício da democracia batista, não sofreram problema de continuidade, pois isso já fazia parte da rotina. Era uma construção continuada e sempre com muitos desafios. O próprio presidente de transição, hoje pastor com uma larga experiência de 39 anos de ministério, esclareceu isso no que escreveu agora em 27/07/2021, a pedido do autor: “Um tempo de aprendizado de liderança, de comunhão, de conhecer irmãos em Cristo de outras cidades, de estar em Igrejas de várias regiões da Paraíba, além de participar de eventos de caráter regional e nacional. Foi também um tempo de estar sendo moldado para o exercício da missão que Deus tinha me chamado, o ministério pastoral”.

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GALERIA DE FOTOS

Foto 2 Fac-símile do artigo na revista Mocidade Batista, 1º trimestre de 1976.

Foto 3 1975, 3º acampamento: A organização era seguida até nos momentos das refeições.

Foto 4 04/01/1975: Posse do pastor José Britto Barros para o segundo pastorado na Primeira Igreja Batista de Campina Grande, PB. Da esquerda para a direita: José Britto Barros, moderador, José Hilário da Costa Filho, vice‒moderador, Valdevino Pedro Messias, tesoureiro, Ronaldo Evaristo Gonçalves, segundo secretário e Abraão Barbosa da Silva, primeiro secretário.

Foto 5 Pela ordem, da esquerda para a direita: Eliezer, Renivaldo e Abraão, os três primeiros presidentes da Jubaíba.

Foto 6 Abraão e Eliezer, no Acampamento Batista em Lagoa Seca. 


Foto 7 Momento de folguedo em um dos acampamentos da Jubaíba. Abraão e Janilene aparecem abraçados, à esquerda de Saulo. Identifiquem as demais pessoas.